A morte inesperada de Teresa Caeiro, aos 58 anos, deixou em choque o meio político e social português. Ex-deputada do CDS-PP, antiga vice-presidente da Assembleia da República e ex-secretária de Estado, Teresa, carinhosamente tratada como Tegui pelos amigos, foi encontrada sem vida no início de agosto.
Nos dias seguintes à tragédia, várias figuras públicas recordaram a sua personalidade, mas as declarações de Helena Sacadura Cabral acabaram por ganhar especial destaque. A escritora, mãe de Paulo Portas, que foi quem lançou Teresa na política, lembrou a fragilidade emocional da amiga.
“Era, talvez, das pessoas mais carentes de afeto que encontrei ao longo da vida. E, também, das pessoas mais protegidas por esse afeto, de que ela tanto carecia. Dotada de um grande sentido do humor, sempre que estávamos juntas não era de política que falávamos, mas sim daquilo de que todos os seres humanos carecem para se sentirem felizes. E, também, para rir. Ela achava-me uma mulher forte e eu dizia-lhe que ela ainda só aprendera a reconhecer as suas fragilidades. Faltava ir mais fundo para, verdadeiramente, se encontrar”, escreveu.
Helena Sacadura Cabral acrescentou ainda: “Eu sabia que a Teresa podia ser forte, porque houve ocasiões em que essa característica veio ao de cima. Assisti a algumas delas. Infelizmente, outros fatores e dependências arrastavam-na para o lado difícil da vida. Choro por isso, por saber que, com tantos amigos a protegê-la, ela não tivesse tido a capacidade e a vontade de sublimar as pedras que a vida, por vezes, põe no nosso caminho para nos testar! Adeus, querida Teresa. E que, finalmente, encontres a paz!”.
As palavras gerararam polémica, uma vez que a escritora falou em “dependências”, algo que muitos consideraram uma exposição demasiado íntima. Face às críticas, Helena respondeu: “A deselegância não vem nunca da verdade. Referi-me à dependência medicamentosa de que necessitava, como qualquer outra pessoa”.
E esclareceu ainda: “E estou convencida que foi o cocktail de medicamentos que o corpo não terá suportado. E fi-lo para parar a série de idiotices que já por aí corre”.