José Mourinho analisou o desaire do Benfica frente ao Newcastle United, por 3-0, na terceira jornada da Liga dos Campeões, deixando críticas ao resultado e à forma como a equipa cedeu na segunda metade do encontro.
O técnico começou por destacar a injustiça do marcador ao intervalo:
«Faltou, na primeira parte, marcar. Na primeira parte, o jogo foi equilibrado, mas houve mais oportunidades para nós do que para eles. Tivemos quatro oportunidades de golo, o que é muito difícil de criar tanto e não fazer. Ao intervalo, o resultado não era injusto. Era extremamente injusto. Para mim, deveríamos estar a ganhar ou, no mínimo, a empatar».
A Quebra na Segunda Parte
Sobre o segundo tempo, Mourinho apontou o momento em que tudo mudou:
«Na segunda parte, o início é parecido. Depois o segundo golo muda a direção do jogo. Não se pode sofrer este tipo de golo: uma bola parada ofensiva nossa, com o posicionamento correto na transição, mas que se perderam depois posições e na velocidade. A equipa caiu. Veio ao de cima uma diferença muito grande, que nós já sabíamos. Eles tinham quatro alas muito rápidos: dois no campo, dois no banco. Sabia perfeitamente que quando o jogo entrasse numa fase dos últimos 30 minutos, eles tinham motores completamente diferentes dos nossos. Se, nesse período do jogo, tivéssemos em vantagem ou pelo menos em igualdade no marcador, poderíamos compactar e esconder um pouco essas debilidades e diferença de ritmo e velocidade. A equipa depois quebrou fisicamente e mentalmente e sofremos».
Análise a Tomás Araújo e Elogio a Gordon
Questionado sobre a adaptação de Tomás Araújo à lateral esquerda, o treinador foi positivo, mas realista:
«Correu bem. O Tomás teve um jogo bastante equilibrado. Não sofremos nenhum golo de bola parada, mas, mesmo não sofrendo, acho que foi evidente que cada bola parada era meio golo. Um domínio tremendo de uma equipa com uma fisicalidade incrível. E se imaginarmos o Dahl a jogar em vez do Tomás, essa diferença acentuar-se-ia».
Mourinho não poupou elogios a Anthony Gordon, figura em destaque do encontro:
«Antony Gordon foi o melhor jogador em campo. Fez um jogo tremendo. Dedic perde o Gordon num movimento diagonal, o segundo golo é uma transição de bola parada, o terceiro é outra transição. Depois, naquele período, sofremos. É uma equipa com um ritmo fantástico».
Limitações do Plantel e Mensagem Final
Sobre as limitações do plantel nas alas, o técnico foi pragmático:
«É o que é. É o que temos. Na primeira parte, jogámos bem. O nosso perfil de equipa é, em competições nacionais, dominante, com capacidade para estar lá, para lutar por cada ponto, vitória e título. Quando vamos para as competições europeias, sofremos um pouco, sobretudo quando entramos em jogos em que estamos em situações de desvantagem e depois o jogo abre».
Por fim, Mourinho transmitiu uma mensagem de confiança ao grupo, lembrando que a qualificação continua ao alcance:
«Hoje falei com a equipa no final do jogo. Disse-lhes que temos 15 pontos para lutar na Champions, e que não precisamos de 15 pontos para nos qualificarmos. Não posso adivinhar, mas penso que entre 9 e 11 será o suficiente para nos qualificarmos. Não precisamos de ganhar os 5 jogos. Temos 5 jogos difíceis pela frente, mas para mim este era o jogo mais difícil pelas características do adversário. No fundo, não interessa que fizemos uma boa primeira parte, que o Newcastle tem um poderio, ritmo, velocidade maior que a nossa, nada disso interessa. O que interessa é que perdemos 3-0 e temos de limpar a cara».










