Esta sexta-feira, 4 de julho, foi para o ar mais um ‘Dois às 10’, programa da TVI que hoje foi apenas conduzido por Cláudio Ramos.
Na reta final da emissão, na rubrica ‘Atualidade’, um dos temas em destaque foi a morte do jogador de futebol Diogo Jota, de 28 anos, e também do seu irmão, André Silva, de 25, ambos vítimas de um grave acidente de viação em Espanha, na zona de Zamora.
Suzana Garcia foi uma das comentadoras em estúdio e, perante a tragédia, não conteve a emoção ao lembrar a dor e sofrimento da família, sobretudo dos pais dos dois irmãos, da companheira e dos três filhos menores.
“Olhe, eu vou dizer uma coisa e espero que as pessoas não me levem a mal mas estou só a ser honesta, peço desculpa pela minha ignorância, eu não sabia quem era o Diogo Jota”, começou por dizer.
Suzana Garcia enviou um cumprimento especial para os pais dos dois jovens atletas, realçando de seguida que, perante todo o impacto desta partida em Portugal mas também internacionalmente, decidiu pesquisar e saber mais do percurso do atleta.
“Aquilo que me consternou mais foi eu tentar pensar como é que se recebe a notícia quando se tem dois filhos e se sabe que eles foram assim ceifados os dois ao mesmo tempo desta forma?”, questionou. “Eu fui ouvindo um feedback tão grande (…) e eu fiquei estarrecida (…). Eu quis saber quem era esta pessoa para ter feito isto tudo sem eu a conhecer e senti pena e vergonha da minha ignorância (…)”, salientou.
Suzana Garcia destacou a boa pessoa e o ótimo profissional que era Diogo Jota e refletiu de seguida sobre a dor dos pais do jogador, que perderam ao mesmo tempo não um mas os dois filhos: “Têm a maior das dores possíveis.
Um abraço para a Rute mas reparem, isto é contranatura e mais do que contranatura eu lembro-me sempre daquela imagem da Virgem Maria com Cristo, aquela estátua, essa redenção feminina de uma mãe quando o seu filho morre querer ser ela que dá banho ao filho…”, disse, desabando em lágrimas.
“Ser a pessoa que o pariu aquela que ainda lhe dá o último regaço e isto esta mulher não vai fazer porque não há corpo… quando falamos em velar o corpo, que é uma coisa tão importante (…), esta mulher não vai conseguir fazer”, continuou, muito emocionada.
“E depois, eu tenho dois filhos, nem sequer têm 2 anos. Há aqui uma mulher, a Rute, que tem um bebé de 8 meses, uma menina… Há dois meninos que já sabem quem é o pai, que conheceram o pai, que ouviram o pai, que sentiram as festas do pai e há uma criança que não vai saber quem é o pai (…). Esta menina vai ver fotos, vai ouvir os irmãos falarem do pai e ela não tem esse pai”, lamentou depois.
No final, a advogada deixou uma reflexão sobre a efemeridade da vida, reforçando o legado de Diogo Jota: “Eu gostaria que, qualquer um aqui presente ou eu até, tivéssemos só 10% do afeto que estas pessoas, tendo sido tão jovens ceifadas da vida, estão a causar no mundo inteiro. É só isto que eu tenho a dizer”, terminou.