O acidente que vitimou Bruno Balça, Luís Garrido, Nelson Ferreira, Daniela Morais e as irmãs Tomásia e Flora Moreira, pelas 03h40 de domingo, preenche todos os critérios analisados por um estudo da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP). O despiste está ainda a ser investigado pela PSP, mas tudo indica que velocidade excessiva após uma noite de festa esteja na origem do despiste fatal. Os seis amigos, com idades entre os 19 e os 21 anos, vinham de um concerto do popular cantor angolano Matias Damásio, no Parque das Nações, de acordo com informações divulgadas por amigos e familiares.
A morte de seis jovens na madrugada de domingo em Lisboa veio reforçar a estatística: os acidentes de viação continuam a ser a principal causa de morte violenta entre jovens em Portugal. Em média, morrem 70 jovens entre os 15 e os 24 anos todos os anos nas estradas portuguesas. Aliás, a tendência é de subida: em 2023 foram 82 os óbitos de jovens em acidentes, o valor mais alto desde 2013 (só em 2019 o valor foi igual), de acordo com dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Um estudo da PRP divulgado no último verão demonstra que “para jovens entre os 18 e 24 anos o risco de morte em acidentes rodoviários é 30% superior ao do resto da população”. “Esta sobrerrepresentação torna-se ainda mais evidente quando analisamos que, em 2012, os jovens constituíam apenas 8% da população mas representaram 15% do total de vítimas de acidentes rodoviários”, adianta a PRP.
O mesmo estudo demonstra que “os acidentes ao fim de semana são responsáveis por 40% das mortes e feridos graves que vitimam condutores jovens, uma proporção significativamente superior aos 34% observados nos restantes grupos etários”. “Particularmente preocupante é o facto de cerca de um terço dos acidentes mortais ou com feridos graves em jovens condutores ocorrer entre a meia-noite e as 8h da manhã, comparado com apenas 17% no resto da população. Este padrão sugere a necessidade de campanhas específicas dirigidas aos comportamentos de risco durante a noite e fins de semana.”
Embaixadora: “Momento de dor”
A embaixadora de Angola em Portugal, Maria de Jesus Ferreira, lamentou as seis mortes em Lisboa, assinalando que se tratavam de “jovens com um futuro risonho à sua frente” e dos quais o país “muito esperava”. “Que as famílias enlutadas encontrem a força necessária para ultrapassar este momento de enorme dor”, apelou.










