“Muito, muito, muito preocupante. A Estrada Nacional 203 voltou a ser encerrada. Temos situações muito preocupantes com focos de incêndio que ameaçam habitações. Estou muito preocupado. O fogo está totalmente descontrolado”, afirmou Augusto Marinho à agência Lusa. O presidente da Câmara de Ponte da Barca ativou hoje o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil e teme que a “situação se agrave durante a noite”, especialmente com a ausência dos meios aéreos.
O Parque Nacional da Peneda-Gerês enfrenta um cenário de “gravidade extrema” devido a um incêndio que deflagrou no sábado e que, segundo o presidente da Câmara de Ponte da Barca, Augusto Marinho, está “totalmente descontrolado”. A situação é de grande preocupação, com o autarca a alertar para “projeções por todo o lado” e “habitações ameaçadas”.
Os operacionais no terreno, que já demonstram “muito cansaço”, estão posicionados para proteger pessoas e habitações, mas o combate é dificultado pela inacessibilidade de algumas zonas e pelas constantes projeções. “Ainda há pouco tivemos um foco de incêndio junto a um centro de dia. O fogo percorre zonas inacessíveis. Os meios aéreos são fundamentais e, por isso, com o anoitecer começo a ficar muito preocupado”, sublinhou Augusto Marinho. O dispositivo terrestre está empenhado em ambos os lados da Serra Amarela, dada a ameaça a habitações em vários pontos.
O autarca frisou a “dispersão muito grande de focos de incêndio”, que torna o combate extremamente difícil, com reacendimentos constantes. As zonas mais preocupantes incluem diversos lugares da União de freguesia de Entre-Ambos-os-Rios, Ermida e Germil.
O incêndio já causou “prejuízos elevados, matando gado e consumindo anexos e alfaias agrícolas, entre outros”. Augusto Marinho revelou ter falado com o secretário de Estado da Proteção Civil, que lhe “assegurou que todos os meios aéreos disponíveis estão alocados ao fogo de Ponte da Barca”.
Às 17h00, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicava que estavam mobilizados cinco meios aéreos, 396 operacionais e 123 viaturas no combate às chamas. A exaustão dos meios e a intensidade do fogo no Parque Nacional da Peneda-Gerês mantêm as autoridades e a população em alerta máximo, com a esperança de que o pior cenário possa ser evitado durante a noite.