Francisco Pedro Balsemão, presidente executivo da Impresa, marcou presença no ‘Primeiro Jornal’, da SIC, desta quarta-feira, 22 de outubro, e conversou com Bento Rodrigues sobre a partida do pai, Francisco Pinto Balsemão, e também fundador do grupo que detém a SIC e o Expresso.
“Em primeiro lugar, eu estou aqui a representar a família Balsemão e queríamos agradecer a todos, ao País como um todo, por todas as milhares de mensagens que temos recebido nas últimas horas porque, de facto, não passou um dia desde a morte de Francisco Pinto Balsemão. Isso, obviamente, comove-nos, naturalmente que nos deixa muito agradecidos e muito gratos porque há muita gente que gosta do nosso pai, do avô dos seus netos, as pessoas aqui na Impresa, desde que eu aqui entrei hoje, uma coisa que o doutor Balsemão dizia sempre era que gostava de entrar na SIC, no Expresso, passar pelos corredores e ver muitos sorrisos“, começou por dizer.
Ao dar conta desses mesmos sorrisos, o CEO do grupo destacou: “Eu hoje vi aqui muitos sorrisos, também não entrei aqui há muito tempo, porque também este embate me custa um pouco. Mas vi muitas lágrimas também e muita gente me disse nestes 10 minutos que estou aqui, desde que vim à Impresa, que foi um privilégio, uma honra trabalhar com o doutor Balsemão e, acima de tudo, é isso também que nos vai na alma: esta gratidão por tudo o que tem sido esta onda de agradecimento das pessoas por aquilo que ele fez pelo País, nós também queríamos retribuir esse agradecimento por tudo o que as pessoas nos têm dado de volta e que, obviamente, neste momento muito difícil para a família ajuda de certa forma a compensar a perda e a dor que sentimos neste momento”
No momento da despedida, Francisco Pedro Balsemão enalteceu o “enorme coração” do pai: “Claro que era uma pessoa hiper inteligente, muito completa a vários níveis diferentes, com o dom da oratória, escrevia lindamente, com sentido de humor, podia fazer chegar aqui um rol de qualidades, mas não tenho dúvidas que as pessoas que mandaram mensagens, que ligaram, com quem me cruzei hoje, é por esse coração enorme que ele sempre mostrou e há muitos exemplos: aqui na SIC, o facto de todos os Natais vir cá passar uma parte do seu Natal com as pessoas que estavam a trabalhar, entregar bolo-rei, é um exemplo que muita gente agora voltou a recordar nesta altura. Com a família sempre foi muito generoso, as nossas férias também e que muito nos recordamos e temos memórias fantásticas“.
Sobre o homem que o seu pai era em casa, Francisco lembrou: “Muito daquilo que as pessoas conhecem, procurou sempre transmitir esses valores também em casa. É um marido extremoso com a minha mãe, um pai exigente, mas um pai que também sempre quis que os filhos fossem – e são palavras dele – unidos, fortes e divertidos, muito à imagem dele, que sempre procurou também a união enquanto gestor e enquanto pessoa pública. E reparem que nós somos cinco irmãos, somos de três mães diferentes, e somos muito unidos, somos muito fortes e somos muito divertidos. De facto, isto é por causa dele, é porque ele conseguiu também manter essa cola. Deixa aqui um legado que eu sinto que é um legado para todo o País“.
Francisco Pedro Balsemão referiu também que “a pessoa pública não podia viver sem a pessoa da emoção” e que “há uma coerência total” nesse aspeto: “Ele sempre foi uma pessoa um passo à frente do seu tempo […] Se calhar nem toda a gente sabe, mas houve alturas em que ele esteve para desistir e não desistiu. Ele esteve sempre até ao fim a lutar naquilo em que acreditava: a liberdade, liberdade acima de tudo, liberdade depois de informar, liberdade de esclarecer, liberdade de pensar e ser informado“.
“Ele era uma pessoa muito livre, ele viveu sempre de forma muito livre, desde que nasceu até ao fim. Tinha também os seus caprichos, como todos nós, mas essa forma de viver livre, em que ele é que definia os horários, ele é que definia as agendas, ele é que tinha a capacidade de ditar aquilo que era o futuro, e até ao fim foi assim e nós temos muito orgulho dele e acho que ele também tem muito orgulho de nós“, acrescentou.










