Nuno Rogeiro, comentador da SIC Notícias, não descarta a hipótese de o descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, ter sido um atentado.
Em causa, o facto de terem sido descobertos “muitos passaportes israelitas entre os feridos“.
“Foram encontrados quatro passaportes israelitas e identificados mais três cidadãos de Israel com passaportes de outro país (…) Se eu fosse investigador da Polícia Judiciária, dizia: sete israelitas numa coisa destas, já é uma coincidência“, considera.
“Nós não podemos pôr nada de fora. O que é que um investigador tem de fazer? Recolher provas, recolher elementos e esperar. Só assim se pode perceber o que é que verdadeiramente aconteceu“, defende o analista.
Nuno Rogeiro explica ainda que “é preciso dar tempo” e “deixar que as entidades trabalhem em paz e sem o ruído da rua“.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) deu conta, entretanto, dos primeiros resultados da investigação, ainda sem conclusões definitivas.
Segundo o documento, “do estudo feito aos destroços no local, foi de imediato constatado que o cabo que unia as duas cabinas cedeu no seu ponto de fixação dentro do trambolho superior [carrinho, fixado na base da carruagem, onde se encaixam os cabos subterrâneos] da cabina n.º 1“, tendo sido essa a falha que desencadeou o acidente.
É referido ainda que o guarda-freio, André Marques, uma das vítimas mortais, acionou o freio pneumático e o manual, que se revelou ineficaz porque “os freios não têm a capacidade suficiente para imobilizar as cabinas em movimento sem estas terem as suas massas em vazio mutuamente equilibradas através do cabo de ligação“.
O GPIAAF acrescentou ainda que, embora tenha sido feita uma inspeção no dia do acidente, “a zona do trambolho onde o cabo se soltou não é visível sem desmontagem, não havendo evidência de defeito nos sistemas de freio ou em componentes acessíveis à inspeção visual“.