André Ventura, líder do Chega, participou diretamente nas operações de socorro ao descarregar embalagens de água, sumos e alimentos e apelou a que partidos, associações e lideranças políticas “façam alguma coisa”.
À chegada, defendeu que os políticos devem marcar presença no terreno “sobretudo quando as coisas começam a ficar descontroladas” para mostrar à população que não está sozinha, salvaguardando, porém, que não devem atrapalhar as operações. Ventura afirmou que neste ano houve “uma gestão desastrosa” dos incêndios, com pedido tardio de apoio e planeamento insuficiente da época de fogos, e remeteu uma avaliação política para o debate parlamentar marcado para a próxima semana com o primeiro‑ministro Luís Montenegro.
Assumiu responsabilidade política coletiva – incluindo a sua – e criticou uma ministra que, disse, “não quer saber das forças no terreno” e se recusa a responder a perguntas. Entre as propostas defendidas estão um novo planeamento do território, o combate ao negócio dos incêndios, a detenção de incendiários e a garantia de atuação eficaz dos meios aéreos para evitar reacendimentos.
Desde julho, o continente tem sido atingido por grandes incêndios, sobretudo no Norte e Centro: três mortos, vários feridos e, segundo dados provisórios até 21 de agosto, cerca de 234.000 hectares ardidos, mais de 53.000 apenas no incêndio de Arganil.