A tragédia que vitimou Diogo Jota, aos 28 anos, e o irmão André Silva, continua a abalar profundamente o país. Em meio a uma onda de luto nacional e internacional, Joana Amaral Dias, psicóloga e figura pública, recorreu às redes sociais para partilhar uma carta aberta comovente dirigida a Dinis, o filho mais velho do jogador, de apenas quatro anos. A mensagem, carregada de emoção, é um tributo à dor da perda precoce e à esperança de um futuro resiliente.
“Se algum dia leres esta carta, é porque já estarás bem maior”, começa por escrever Joana, referindo-se à infância abruptamente interrompida de Dinis, que perdeu o pai numa fase em que ainda “não se distingue o real da fantasia”. A psicóloga descreve a ausência do pai como “um oco na boca e no coração”, uma dor sem explicação racional para uma criança tão pequena, privada da presença paterna numa fase tão formativa da vida.
A carta vai além da constatação da tragédia. Levanta questões comoventes: “Como ser ‘o homem da casa’ quando ainda não se conta até dez?”, questiona Joana, refletindo sobre o peso emocional que a perda poderá trazer no crescimento de Dinis. Entre o luto da mãe, Rute Cardoso, e dos avós, o pequeno terá de crescer à sombra de um nome gigante no futebol, mas cuja figura paterna se tornou uma memória ausente, um “herói para o mundo, um desconhecido para ti”.
Joana Amaral Dias alerta ainda para as possíveis emoções contraditórias que o filho de Diogo Jota enfrentará ao longo da vida, como o sentimento de injustiça por ouvir tantas pessoas falarem do pai com admiração sem ter podido usufruir da sua presença de forma consciente. No entanto, a psicóloga termina com uma nota de esperança e encorajamento: “Espero que tenhas encontrado espaço para seres o Dinis — com os teus sonhos, as tuas paixões, os teus erros e as tuas vitórias.”
A mensagem termina com uma visão inspiradora: Dinis será, no futuro, “um grande pai-presente”, capaz de honrar a memória do pai não só pelo nome que carrega, mas por quem se tornará. A carta de Joana Amaral Dias é um testemunho de humanidade e empatia, que encontra eco em milhares de corações num país ainda em estado de luto.